Estávamos
deitados no chão olhando o céu escuro e cheios de estrelas. Senti seus olhos me
fitando, sabia que alguma coisa estava o incomodando. Olhei pra ele, que acabou
desviando seu olhar do meu.
–
Fala. – Disse.
–
O que?
–
Não se faça de desentendido. O que está te incomodando tanto?
–
Só quero saber como vai ser. Sabe... ?
–
Não, acho que não. – Menti, sabia exatamente do que ele estava falando. Só não
queria falar sobre isso. Sempre tive medo do futuro e agora que está tudo indo
tão bem tenho mais medo ainda. Ás vezes o desconhecido me atrai, mas ás vezes
simplesmente me assusta.
–
Quem está se fazendo de desentendida agora? – Falou tentando parecer irritado,
mas sabia que ele só estava curioso e atrasando o assunto assim como eu.
Nada
falei. Voltei a olhar para o céu que nunca esteve tão perfeito. Me desliguei
por alguns minutos. Escutei seu suspiro, ele iria voltar ao assunto.
–
Como vai ser? – Ele deu uma pausa, esperando que olhasse pra ele talvez. Então
o fiz e ele continuou. – Quando o verão acabar?
A
pergunta que eu tanto temia, porque talvez seja uma das poucas que eu não sei a
resposta. Nesses últimos dias percebi que na verdade eu não quero saber.
–
Eu não sei, eu não tenho a mínima ideia. Mas quer saber? – Falei enquanto
chegava mais perto dele. – Vamos congelar esse momento. Aqui, agora. E aconteça
o que acontecer é desse momento que eu vou lembrar.
Ele
não disse nada. Me afundou em seus braços e me apertou em seus beijos.